Com aumento de 15,2% no número de homicídios de 2011 para 2012, conforme balanço divulgado pela Secretaria da Segurança Pública, Porto Alegre chega à alarmante taxa de 32,2 assassinatos para cada 100 mil habitantes.
É mais que o triplo do índice considerado aceitável pela Organização das Nações Unidas (ONU) e o dobro da taxa de homicídios de Bogotá, na Colômbia, considerada uma das capitais mais violentas da América Latina.
Ainda intimidada pelo narcotráfico, a capital colombiana registrou 16,9 homicídios por 100 mil, de acordo com a Polícia Metropolitana e o Instituto de Medicina Legal da Colômbia.
O medo já faz parte do dia-a-dia do portoalegrense, que busca alternativas em segurança privada e na instalação de sistemas eletrônicos de segurança.
Prova disso são os números do mercado formal de segurança. que teve faturamento estimado em R$ 1,8 bilhão de reais em 2012, com projeção de tingir R$ 3,7 bilhões em 2017.
Segundo o especialista em segurança pública Eduardo N. Cruz, a maior parte dos investimentos em segurança feitos pelos cidadãos tem reflexo em sua proteção patrimonial. "Buscando reduzir sua sensação de insegurança, as pessoas investem em produtos ofertados pelo mercado, mas sabem que continuam vulneráveis nos espaços públicos. Os governos estadual e municipal precisam agir rápido e com integração para devolver à cidade um nível mínimo de segurança. Porto Alegre precisa reagir", diz o especialista.
"O alto índice de homicídios é apenas um dos fatores que causam desconforto aos moradores da capital. Estamos, também, entre os primeiros da lista de roubo de veículos no país", comenta.
A Secretaria de Segurança promete mudanças, afirma que a formatura de novos PMs mudará este cenário e indica que outros índices tem diminuído.
Os portoalegrenses esperam estas mudanças, mas em suas casas, sentados, atrás das grades.